terça-feira, 14 de dezembro de 2010

                                                                    Luís Correia   5




            Já passaram dois meses desde que tomei conta do cargo de encarregado do mercado externo e parece que tudo esta a correr como desde o principio o idealizei.
As câmaras já estão todas mapeadas  e as espécies mais procuradas apesar de serem em menor quantidade
já teem o seu lugar certo e quando mando procurar alguma quantidade que de facto esta dentro da câmara e fácil localiza la .
            Ao principio ainda houve uns poucos problemas  pois talvez por descuido de algum trabalhador as caixas não ficavam nas filas por mim designadas e ao verificar essa anomalia logo encarreguei o José  Gregório para me fazer o favor de  ser ele a levar a primeira caixa para onde seriam armazenadas em separado as devidas espécies ., e começou a haver a ordem nas câmaras
             O peixe caído no chão também acabou pois eu disse aos meus camaradas de trabalho que quando caísse peixe das caixas  que eles o teriam de apanhar e recolocar nas caixas  dizendo lhes que eles poderiam levar o tempo necessário  para que nenhum peixe ficasse debaixo dos pés 
             Em poucas semanas   o problema ficou solucionado  pois eles começaram a verificar que empilhando as caixas como devia de ser o trabalho ate custava menos e ficava o trabalho feito de uma só  vez .
             Comecei a dar lhes mais uns minutos para estarem fora da câmara para aquecerem as mãos e eles talvez sem o quererem dentro das câmaras trabalhavam mais depressa para voltarem mais depressa  também para fora das câmaras pois estava se melhor cá fora .
             Vi o tempo que se levava normalmente a meter na câmara duzentas caixas de peixe.. Com o meu sistema de trabalhar verifiquei  que poderia dar mais quinze minutos   de repouso cá fora aos meus homens  sem que alguém ficasse prejudicado , patrões ou trabalhadores .
             Ate as maquinas para fazerem frio me agradeceram pois durante o dia folgavam alguma horas  pois quantas menos vezes  as portas das câmaras se abriam  para entrar e sair,menos  frio se perdia e  consequentemente não estavam sempre sob recarregadas  e havia uma pequena poupança  no gasóleo e maquinas em que de facto eu estava interessado que o houvesse para bem de todos .
              Mas nem tudo ia bem . Quando trabalhava la como casual era acarinhado e respeitado por todos mas parecia me que depois de passar para encarregado verifiquei que algo tinha mudado.
               Esta coisa de eu passar para encarregado em pouco tempo e alguém pensar que antes de eu chegar já haveria alguém la capaz de fazer o novo trabalho, bulido em muitas mentes , e eu sentia alguma frieza em certas pessoas que outrora  adoravam a minha maneira de ser .
                Hoje por exemplo parece me que algo de estranho se esta a passar pois os meus camaradas já estão há tanto tempo a porta da câmara n' 3 e  não entram para dentro.

               Fui ver p que se passava e verifiquei  que estavam seis trabalhadores em fila para entrar e com a mão no fecho da  porta estava a frente o José Galhardo.
               Aguardei uns minutos e como não entravam perguntei
O que se passa não entram para dentro ?
José Galhardo disse’ me em tom nada agradável
Estamos a aquecer .
             Muito bem respondi eu.
Deixei passar mais dez minutos e como não entravam voltei a perguntar porque não entravam
Estamos a aquecer  respondeu_me o José
             Mais uma vez esperei cerca de cinco minutos e verificando que algo de anormal se estava a passar .Aguardei mais uns minutos . e com a mão no fecho da porta la se encontrava  o José Galhardo
Quando me aproximei alguns trabalhadores começaram a encolher os ombros como a quererem dizer .......... queremos entrar mas ele não deixa  ....
              Calmamente dirigi me ao José e disse lhe
José se não quiseres trabalhar não trabalhes mas deixa entrar os teus companheiros  .
Eles teem frio e só entram quando tiverem que entrar .....
               Aguentando a minha calma disse lhe.
Ou sais da porta ou eu vou dizer ao Carlos Vicente que a partir de agora estas fora  da folha de pagamento . Tu estas a trabalhar para o embarque e assim sendo , estas sobre as minhas ordens .
 Eu não trabalho as tuas ordens respondeu me em altos berros  .
               Calmamente dirigi me para junto do Carlos Vicente e disse lhe .
 Carlos Vicente  a partir deste momento o nosso camarada José Galhardo esta fora do serviço da nossa fabrica  e só regressara quando eu te disser ., e se alguém o mandar trabalhar peco te o favor de me dizeres que e para eu abandonar o serviço nesse momento .
                Carlos Vicente disse  , vou  acatar as tuas ordens Manuel.
José Galhardo olhando algo surpreso disse me    Eu não aceito estas ordens ....tu estas me a despedir ? .
                 Não ,eu não estou a despedir’te  somente ficas suspenso ate eu te dizer para voltares ao trabalho, vai para casa com calma que e para teu bem .
Eu não saio daqui as tuas ordens , gritou me o José .
                  Se não saíres a bem terás que sair a mal.
Entretanto diversas operarias junto de mim quase que imploravam ...
 Não o despeças por favor Manuel .
                 José Galhardo era muito querido entre as operarias e os seus  camaradas derivado a sua maneira altamente guerreira , alguns ate o temiam .
               Disse as operarias para o convencerem em cinco minutos a sair da fabrica que seria muito bom para ele e para todos nos e assim foi .

Continua

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