terça-feira, 30 de abril de 2013

A Carlos Spereira




A Carlos SPereira




Ao nascer do sol já tu estavas pronto para ires visitar os teus lugares que nas noites de insónias idealizavas para estares no momento certo para poderes fazer o que tu tanto gostavas de fazer , dar vida ,cor e movimento a' Natureza .
E assim  foi que dedicaste um  baú dourado a's nossas gentes do mar quando remendavam  as redes que lhes davam  o pão nosso de cada dia , ao nosso mar quando nos dias de vendaval fustigava, as falecias rochosas das nossas costas fazendo espectáculos de agua e espuma com  a sua forca brutal de cenários grotescos mas formosos de cor e contraste de uma beleza que a tua sensibilidade artística sabias dar mais vida e emoção.
Mas era bonito quando captavas o mar suave quando ele mansamente acarinhava , como beijando a areia com  amor profundo e languidamente com a sua espuma , formando uma renda de bilrros como se alguma rendilhe ira descuidadamente a deixasse cair da sua almofada nas areias douradas das nossas praias
E as Berlengas ? . O nosso baleal ? . tantos testemunhos nos deste de um Valor inanerravel !!!
E era interessante como com  ângulos imaginários tu sabias fazer transformar uma casa velhinha numa graciosa casa .
A maneira como soubeste deixar para a Historia de Peniche a nossa Jóia da Coroa Tao apetecivelmente chamado nosso Carreiro Fedorento !!! ******
Nos poucos Monumentos que temos em Peniche também  deixaste o teu cunho de saber descobrir outras maravilhas desconhecidas para no's
Na frota do nosso mar de pescadores , apesar de tão pequenina também  deixaste mostrar o teu valor com vários testemunhos que o teu Baú recebera' com  amor
Agora sentado em  espírito pois como sabes estou muito ,muito longe , mas junto da tua Cruz , na penumbra da noite com  as Berlengas iluminadas com  seu farol anunciador de boas novas , vejo-te partir, vais sozinho mas com o bem  sabemos , Ha' Vir e Partir . Agora foste tu , qualquer dia serei eu
Não choro a Tua Partida porque as minhas lembranças estão sempre presentes
Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada 29 de Abril de 2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Historias que o tempo nao apaga

                                                                                 


                                                               Historias que o tempo não apaga

     Hoje não me sinto muito satisfeito e de uma maneira geral vou com nostalgia a minha velha arca dos meus tesouros e ao calhar retiro uma das paginas soltas que já baforentas e amareladas do tempo fazem parte da minha vida  ...
      A pesca não tinha sido abundante  poucos mais de cem cabazes que tinham sido espalhados  aos montinhos que quase pareciam iguais na areia da praia  da Figueira da Foz , logo depois da entrada da barra , e  junta  a estrada marginal .
A sardinha apanhada havia pouco mais de uma hora  , junto a' costa logo ao virar do Cabo Mondego para o Norte em frente a' Serra  da Boa Viagem parecia que ainda queria saltitar na área prateada  que nos servia de estendal  para fazermos  a descarga e vendagem do pescado apanhado .
      Numa manha de Junho soalhenta  do ano de 1954 ,com o mar bailando de encontro aos molhes da barra , era um cenário ideal para os ja' muitos veraneantes  e população local que ao longo da estrada passeando se inebriava com  a azafama  de pescadores e compradores que esperavam que começasse a venda da sardinha .
 E era interessante para eles ouvirem  a cantilena do vendedor que  anunciava um primeiro preço base  alto , para cada monte de peixe e numa cantilena em números descendentes chegava ao chuiii do comprador que depois dizia quantos montes queria comprar
       Logo as varinas que se encontravam esperando  já de saias puxadas para cima  e atadas a volta da sua cintura  calcando uma meias de la compridas mas sem pés ,para amenizar a frieza da agua do mar, pondo nas nacas  de rede uma porção de sardinha entravam pela agua dentro e com movimentação forte  dentro da agua a sardinha ficava descamada e pronta a ser salgada para de seguida ser enviada para a venda já nas diversas localidades do pais
As gaivotas esvoaçando no local em grande numero  tentavam apanhar alguma sardinha que por qualquer motivo saia  para fora da naca e as algazarras gritantes e seus voos rasantes faziam o delírios dos espectadores  que assistiam sem arredar pé  do anfim teatro . deslumbrante de graciosidade e natureza
       A sardinha para venda local , ou próxima ,de uma maneira geral era vendida  com quanto mais escama melhor para assim se verificar a sua apresentação e frescura do dia .


        Depois de vendido o pescado a traineira e pescadores seguiam para a pequena doca , umas centenas de metros acima  junto ao Jardim , preparavam o seu almoco comum , caldeirada e dormiam algumas horas ate' voltarmos a sai para o mar . Eu dividia o quinhão dos meus camaradas que era logo dividido por cabeça e só depois de cumprir essa missão e' que era quando agarrando na minha cesta do farnel e garrafão do vinho  ia me aviar para comprar pão ,fruta  e vinho .
        Ja' todos os meus camaradas dormiam ou descansavam nos seus poucos beliches  ou  deitados no chão de tabuado do "leito" -repartição que tínhamos para descansar- , quando agarrei na cesta e fui para a terra aviar -me .
        A  meio de atravessar,  já nessa época a Avenida bastante larga vislumbrei algo caído na estrada a uns vinte metros de mim  que me chamou a atenção.
 Aproximei-me e vi caída no chão  uma pasta de cabedal como alguns dos meninos mais ricos levavam ja' os seus  livros ,cadernos e equipamento escolar ,necessário na época . Olhei ao meus redor e não vi nenhuma pessoas ou bicicletas na estada  e como era natural na altura não a deixei la' no meio da estrada .
        Abria  a minha cesta e  levei-a . Como de costume levei a comprar os meus mantimentos mais de meia hora e chegado ao meu barco fui fazer umas esquilhas de molhinho para eu comer Entretantanto peguei na pasta que estava ao meu lado enquanto fiz o comer e como estava fechada a' chave  meti os meus dedos da minha mão direita  e apalpei uns papeis ,
Com dois dedos e arrastando puxando para cima consegui retirar um papel que era nada menos de uma nota de quinhentos escudos  !!! Calculem a minha admiração !!
        Meti novamente os dedos e procurando tirei para fora uma nota de cincoenta ?, vinte escudos ? não tenho a certeza mas tenho completamente a certeza que não era de quinhentos escudos ... entretanto as esquilhas foram comidas e eu estava num dilema . A mala tinha dinheiro  e eu não queria ficar com aquela pasta , mas eu não tinha ainda a certeza a quem a deveria entrega  se a' policia ou a' entidade marítima . Voltei a por o dinheiro que tinha retirado dentro da pasta . entretanto ja' se teriam passado mais de hora e meia desde que encontrei o dinheiro .
        Foi então quando comecei a avistar ao longe talvez um sujeito que caminhava com  uma bicicleta a' mão .aguardei ate' chegar mais próximo de mim e comecei a verificar  que um senhor de fato inteiro de bone' na cabeça olhava para todos os lados na estrada  a vagarosamente arrastava a bicicleta  e pensei !!! E' capaz de ser o dono da pasta Vesti uma camisola bastante larga que usava por ultimo na minha lida do mar , era bastante folgada .e meti a pasta bem encostada a mim .
Ele entretanto estava a chegar perto de mim e dirigindo-me a ele disse-lhe :
Então senhor como vai ? perdeu alguma coisa ? ... Deixe-me da mão , estou desgraçado perdi a mala do dinheiro do banco.. Estou desgraçado... Diz -me chorando       . Desabotoando dois botões da camisola e puxando a pasta para fora devagarinho disse-lhe , E' isto que esta a' procura ? ainda não tinha feito a pergunta toda e já puxando a pasta da minha mão ,pôs-se  em cima da bicicleta sem sequer me agradecer e desapareceu em poucos minutos  ...!!! .
     


          Estive sem voltar a' Figueira da Foz cerca de 4,5 anos mas quando voltei quis tentar saber algo mais do meu mistério,.
Assim como tinha que trocar dinheiro para fazer o pagamento do quinhão aos meus camaradas  e lembrei me da direcção que esse senhor tinha levado fui ver se encontrava um banco por  ali
 La'  bastante adiante estava um banco . Entrei pedi para me trocarem dinheiro por favor e depois de estar servido perguntei ao caixa que existia somente no banco  se alguma vez um cobrador vosso perdeu algum dinheiro ?  Um so'  ? ja' foram dois  disse -me com cara de riso .
Então parece-me que fui eu que encontrei - essa ultima pasta ha' uns 4,5 anos   !! Virando se para trás de si e gritando para os seus poucos colegas , disse : Foi este rapaz que encontrou a pasta !!!
           Todos se aproximaram e eu  contei-lhes o que se tinha passado
Ja' me estava a despedir lembrei-me de perguntar quanto e' que a mala tinha .
 Um deles disse-me  , Então  não sabe quanto a mala tinha ? espera uns minutos que já lhe digo

 A mala tinha sessenta e oito contos  ,,, e mais alguns trocos que não me lembro exactamente
Dava para fazer na epoca três casas novas como eu na época fui estrear na Casa dos Pescadores de Peniche .
Poderia esta historia ter um epilogo mais feliz  mas infelizmente acabou mal. o protagonista da historia ficou transtornado com o sucedido e infelizmente teve de sair do serviço .

Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada                                 26 de Abril de 2013

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Depois da Guerra venha a Paz


                 

Depois da Guerra venha a PAZ

                                    Vamos a Celebrar

                
 Se conduzir não beba !!!!      BOM
                                       APETITE

Felicidades para todos


Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada
a

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Casa de Pais Casa de Filhos

                                                                                 
Daniel   Ribeiro
Virginia Pavolova
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Casamentos Gays 
em Franca                                                                                                      Foto chinelada

                                                                              Casa de Pais
                                                                                       Casa de Filhos

                          Desde os milénios passados em que a terra foi habitada pelo Homo Sapiente a definição de Pais e Filhos foi um sucedâneo de elevações intelectuais  e configuração genética de todos os elementos que na altura existiam na Terra.
                          Os acasalamentos naturais sucediam-se sem preconceitos  e intimidade , porem pode-se ter a certeza que o acasalamento se fazia com um certo parceiro
pré definido  de comum acordo e deste modo faziam a multiplicação das espécies
Mais propriamente falando da génese humana que nos chegou até aos nossos dias passámos por transformações  físicas que nos foram aperfeiçoando toda a sabedoria que nos fez chegar á Era das Cavernas .
                          Já nessa época que poderemos pensar que existiu há milhares e milhares de anos o futuro ser que se chamaria  Homem tinha uma prospecção da vida que se traduzia  em pescar ,caçar , colher da terra   raízes, ervas ,e frutos que o alimentava e fortalecia para as suas lutas diárias que necessitava de fazer para a sobre vivência  da sua espécie    . Desde os confins do Mundo que a ciência humana acredita que todos estes seres viventes  ao cimo da Terra se procriavam de uma maneira diferente  em todos os aspectos que se possa imaginar, mas as certezas eram estas , a procriação era feita entre os machos e fêmeas das diversas espécies  .
                          As lutas que travavam  entre si  para alcançar a fêmea que já  nessa altura seria sempre a mais apetecida faziam-os lutar ás vezes até á morte  .
Com a evolução  humana  tanto em agilidade como em destreza o Homo Erecto lutava  e tentava  ter quantas fêmeas  pudesse conquistar . Com a sua força fazia-se impor como guerreiro e tomava a sua supremacia sobre os restantes   .Já na Era da Pedra fazia as sua armas   aperfeiçoadas e delineadas com inteligencia e técnicas  mais avançadas . Era Pai , chefe , e subordinava as suas tribos com sentido de Família e com o possível amor entre todos que  faziam dele o Chefe que os orientava e defendia.
                          Com a evolução dos tempos  o Homem chegou aos nossos dias como o ser humano que fazendo o bem ou ás vezes o mal , forma Família ,  tendo filhos que teem formado este Mundo imenso e não controlável dos nossos dias .
                         Os pais desde muitos milhares e milhares de anos  formaram famílias que se foram procriando e multiplicando sob o tecto paterno  .Era desde  há muito tempo
que o respeito pela família os mantinha unidos  e lhes dava o prazer de conviverem com paz e amor  e ainda há poucos  anos  se dizia casa de pais , casa de filhos ...
Queria isto dizer que os pais eram o modelo dos filhos cujos gostariam de ter as boas qualidades dos seus progenitores  .
                         Quando os pais não teem boas qualidades também os seus filhos não teem  exemplo para seguir  e teremos deste modo a continuação dos maus exemplos familiares . Muito em breve teremos neste mundo moderno ? muitas categorias de filhos que por enquanto se podem denominar em  : 1-  os chamados filhos naturais  2-  os filhos inseminados  3 -  os filhos legalmente adoptados  por indivíduos casados de sexo diferente ou amancebados também de sexo diferente , 4 -  os filhos das leis modernas   , adoptados por casais homoxessuais  , ou casais lésbicos .
                         Com todas estas classes de filhos no mundo futuro como será o novo mundo ?  Um mundo em que a condição humana andara de rastos e nem sequer cavernas tem para se abrigar ?  Um mundo em que das lutas de feras se erguira o conquistador ?
                         Como há resssureição vou esperar para ver .

Manuel Joaquim Leonardo
               
N.B.

Escrito em 47minutos de fraca inspiração,na manhã de quarta feira
13 de Abril de 2005 nesta Maravilhosa Cidade de Vancouver B. C. Canada

P.S.
Sr. Professor   Alves Seara para complemento da nossa conversa ,envio-vos o escrito que levou a me cortarem nas mensagens interactivas do Congreso Luso Canadiano .
Com os melhores cumprimentos ,sou o
Manuel Joaquim Leonardo
Vancouver B.C. 13-05-05                          Sem mais comentarios      22 de Abril de 2013

sábado, 20 de abril de 2013

Os Consuladinhos e nao so'


                                                                                                Foto autor desconhecido
                                                                     
                                                             Os Consuladinhos e não so'

           Nas tardes soalheiras  do antigamente  , enquanto as juntas de bois  preparavam a terra para aceitar as suas sementeiras  lavrando de manha at'e ao por do sol  , somente com as paragens de um almoço curto  e uma sesta que as vezes não dava sequer para fechar  um olho , aproveitava eu essas pequenas paragens para afugentando os  pardais ,  arvelas , esturninhos e demais aves que aproveitando o a virar  das leiras com o arado para debicarem em qualquer semente daninha , ou os insectos que povoavam  nos regos da terra  , ou ate nas bostas dos bois , eu procurava as bichas    azedas que arrancadas pela raiz  secando ao sol ardente ficavam meias secas , era só passar las para limpar um pouco a areia, na roupa dos calcoes que usava , ainda trazidos de Lisboa  e empaturrava-me com elas assim matando a sede e ficando com a boca envinagrada ate ao outro dia
        Talvez por isso os meus colegas me quiseram alcunhar pelo Manecas azedo e não fora a minha disciplina que eu impunha a' minha horda  que me seguiam , talvez ela pegasse embora pela minha irmandade  carnal ja' estivesse  alcunhado  como o Manel da Noite , um homem que ainda era criança .
Nos dias de hoje velho e caduco ainda me classificam de azedo impertinente e muito complicativo sem sequer porem a mão na consciência  e rezarem uma meia culpa, ou toda culpa. e fazerem o seu humano julgamento- mas havera' ainda  humano julgamento ?
        So' para vos dar uma ideia do azedume que me consome o meu assucar corporal necessário ao meu metabolismo hoje vou-vos falar de consuladinhos e não so'.
Consuladinhos neste caso  e' um diminuitivo de consulados  que estão situados em muitos cantos do Mundo e que por serem em tanta quantidade e um estrago para as toneladas de  ouro fino que ainda existe  nas catacumbas  do banco de Portugal o nosso precioso governo quer num sentido heróico  acabar com a raça dos que descobriram mundos e civiliza coes  ancestrais . e para isso va' de fechar  nuns tempos próximos - que aqui que ninguém me lê , nem me ouve  concordo com eles, pois como estamos ja' comandados por estrangeiros , esses países que nos governam e' que devem mandar consuladinhos  para zelarem pelos interesses dos seus diversos países em Portugal -.
        Desde ha' muitos anos na emigração embora não sendo uma pessoa grata para os nossos governantes portugueses sempre me respeitaram as minhas ideias e obras a favor dos nossos irmãos portugueses que de livre vontade e sem interesses materiais  ajudei conjuntamente muitas das vezes com a minha Mulher Genoveva , aos que  nos apareciam a pedir a nossa ajuda das diversas formas e sentidos, sem apoio dos Consulados, fizemos trabalho mesmo remando contra a maré fazíamos o trabalho que os nossos representantes se escusavam algumas das vezes a  fazer .
        Por carta ou mais recentemente com as tecnologias modernas  tinha entrada  em todos os serviços no Ministério dos Negócios Estrangeiros  , Assembleia da Republica  ou em qualquer entidade governativa que necessitava de informação ou apoio. Sempre havia uma resposta  .
Principalmente no Canada sempre tive nos Serviços de Embaixada  e na maioria de Consulados que por necessidade contactava , inclusivamente nos Estados Unidos da América o apoio que necessitava .
         Embora sendo acusado de ter ajudado a fazer uma movimentação que dizem que levou a algumas transferencias no Canada, posso sempre provar que a minha luta era sempre aberta na defesa , bem estar e hombridade dos portugueses que algumas das vezes ajudei a terem vo'z  e mais benefícios .perante as autoridades portuguesas .   Mas foi uma luta sem gloria pois perdi batalhas que moralmente nunca as deveria ter perdido .
        Ha' cerca de quase três  meses perdi essa entrada nos serviços dos consulados e embaixada de Portugal . Fui proibido , cortado  com uma censura que ninguém me deixa entrar nos seus serviços  mas os consulados enviam-me mensagens para por meu intermédio e em email pedirem para serem divulgadas para bem dos portugueses . E  ainda mais, mesmo no celebre facebook fazem a sua informação por intermédio da minha pagina , de informa coes que são lidas em todos os continentes , o Facebook não tem fronteiras
         Como infelizmente  estou presentemente com uma azia terrível , apo's  de mais de setenta e cinco anos  de luta para ter voz e   dar voz a quem não a tinha ,aprendi que fazer censura e' um dom que os grandes portugueses  sempre revelaram e eu agora ao cair para o buraco também gostei de usufruir esse  direito  e   ninguém entra no meu condomínio a não ser que me voltem a deixar entrar pelo buraco da fechadura  e assim voltarei a escancarar todas as minhas portas com prazer
Com os maiores e respeitosos cumprimentos perante Vossas Excias  assina o
Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada
 20 de Abril de 2013
P . S . sem politica
       
 Só para vosso conhecimento perante esta censura  talvez  lhes possa elucidar alguns tópicos que ultimamente tenho batido muitas vezes  mesma tecla :

Excia gostaria que aproveitando a sua estadia no Ministério dos Negócios Estrangeiros que aproveitasse
para esclarecer de maneira  correcta  e independente como param os negócios dos submarinos dos quais a imprensa portuguesa  tem indagado publicamente '
Sr,Dr José Cesário  Dignissimo Secretario da Emigração  invocando a nossa amizade  ha' mais de trinta anos agradecia  que me esclarecesse  a mim e aos  portugueses na Diáspora por onde teem andado os  senhores conselheiros  Terry Costa que foi eleito sem o voto dos emigrantes de Vancouver Canada  eleito como se costuma dizer em bom português , de baixo da mesa, o que teem passeado para estarem presentes nas suas conferencias em prol da causa lusofola , as mais importantes decisões  e os acordos que firmaram  nos países que foram passear , trabalhar e onde presentemente estão em actividades referentes ao seu grandiosos projectos . etc. etc. etc.

  

quarta-feira, 17 de abril de 2013

o meu Amigo Americano nas Ilhas das Berlengas


                                                             Jaguar  Flickr 1957

                                                      O meu Amigo  Americano
                                                         nas Ilhas das Berlengas
                                                                    Final ( 3)
          Foi num carro igual a este que o meu Amigo Americano  a seu pedido por intermédio do  Doutor Fortes  se apresentou para me agradecer todo o cuidado por mim a bordo ,para lhe porpocionar  a mais   agradável possível viagem de regresso a Peniche onde foi atendido no Hospital e a seu pedido transferido para o Hospital Montepio nas Caldas da Rainha aonde permaneceu três semanas  .
          E numa tradução livre,de inglês português como o Sr. Doutor Fortes fez questão de me esclarecer  transmitiu -me textualmente  :
          O Senhor Doutor Fortes teve a amabilidade de me descrever todas as peripécias  que decorreram durante a vossa  a viagem  Peniche - Ilhas  Berlengas para me socorrerem de uma situação delicada e possivelmente mortal e ainda o que o Senhor passou durante tantas horas  sozinho na sua embarcação esperando pelo meu regresso .
Tenho grande prazer em o conhecer e agradecer- lhe  pessoalmente  . Que Deus os abençoe .

E tudo acabou em bem mas existe uns factos que talvez ate' agora ,quem me lê não os tenham conectado
entre si mas vou passar a lembrar , para ficarem mais bem esclarecidos
        Lembram -se do sr. americano que eu
 tinha vindo de propósito a Peniche para o levar para as Berlengas no meu primeiro escrito ?
 Sim era este , e apesar de o Sr. Parreira me pagar a viagem do senhor que eu supostamente deveria levar para a Ilha  , também como pessoa de bem  pagou  ao Sr. Joaquim J. o correspondente frete e todos de boa mente  ficamos amigos como antes , so' que ....
                                                                                    -------


        Naquela tarde um navio de nacionalidade grega navegando de sul para o Norte devagarinho aproximou -se do Cerro da Velha e pondo-se a'  " rola "  - desembraiando o motor ia  descaindo ao sabor da maré ou do vento - e assim levava uns poucos minutos a percorrer a distancia  ate' ao Sul da Ilha .
Chegado ao Sul da Ilha ligava o motor  a' embraiagem e devagarinho subia em direcção ao Norte ate' próximo da Ilha  Velha.
Chegado la' desembraiava os motores e novamente a' rola fazia o percurso ate' ao sul da Ilha .
        Fazendo tantas vezes esta movimentação chamou-me a' a atenção de que possivelmente algo estaria errado e por simples curiosidade , pensando que pudesse ser útil , larguei o barco da bóia e foi abordar o navio e como falava  francês para me compreenderem ,perguntei se precisavam de alguma ajuda .
 Em espanhol um dos tripulantes que estavam encostados a' amurada do navio respondeu-me que não precisavam de nada , que tinham uma pequena avaria no sistema do leme  e que a estavam a  reparar
        Perguntou-me se eu  não arranjava umas sentolas ou lagostas pagando ele dinheiro por elas .
 Respondi-lhe que os meus colegas tinham ido para fazer a venda do marisco no dia anterior mas se ele quisesse uns búzios eu  talvez os podese arranjar  e parti para ver se os conseguia.
Voltei com um pequeno balde cheio de búzios e uma ou duas sentolas pequenas
Perguntou - me o tripulante quanto custava o marisco e eu disse que como não me tinham levado dinheiro eu oferecia o marisco.
Falando numa voz que eu não pude ouvir com um colega a seu lado , mandou-me esperar.
          Dai a poucos minutos chamou-me  e  quando  acostei tinha já o meu balde com uns maços de cigarros prontos para guardar. Agradeci e fui novamente ancorar esperando pela hora de fazer o transporte dos meus passageiros.
Naquele dia, era dia de levar os sacos  com as roupas sujas para serem lavadas por lavadeiras  numa aldeia próxima  . os sacos para não ocuparem lugar no convés , eram metidos nos porões do barco tendo um ou outro de ficar em cima quando fossem em demais quantidade
           O pessoal do Sr. Parreira e' que fazia essa carga e fiquei admirado quando
vi o Sr. Parreira saltar para o barco meter-se na casa do leme e me chamou para dentro , fechando os vidros todos e a porta começou a contar uma historia .
Manuel quando o barco chegar a terra vai la' ter a guarda fiscal para verificarem de ponta a ponta o que tiver no seu barco !!! foi denunciado que estava a meter contrabando !!! tenha cuidado que se calhar não precisa de trabalhos desses.
Atónito ainda, agradeci o aviso mas disse ao Sr. Parreira que não tinha contrabando nenhum que ele podia estar descansado e contei-lhe o que se tinha  passado
Sr. Parreira gostaria de saber se fosse possível quem me denunciou e como ele tinha tido conhecimento.
         Naquela época as comunicacoes  para a ilha ja' poderiam se feitas  via telefone mas  os particulares so' as poderiam fazer em ocasião de grande necessidade  e de uma maneira quase geral os pescadores eram autorizados . Naquela tarde o pescador sr. José J... o tal que levou  no seu barquinho o meu Americano para as Berlengas ( verem o  primeiro dos três escritos desta minha historia ) foi ao farol pedir para fazer uma ligação para a guarda fiscal para falar dum assunto que precisava de tratar.
 O sr. faroleiro fez a chamada e quando ela foi atendida fez uma pequena espera antes de sair da sala aonde se encontrava o telefone. O sr. Jose' J... olhava para o faroleiro mas o faroleiro não saia dali .
Ao ver o embaraço o sr Faroleiro saiu da sala e recolhendo -se num quarto contíguo, ouviu claramente :
Olhe o Manel da Noite da Carina est a meter muito contrabando !!!  e saindo baforido e não vendo ninguém , nem agradeceu .
         A Carina estava sempre a's ordens dos faroleiro quando principalmente os seus filhos chegavam aos fins de semana das Escolas ou Colégios  aonde andavam e de vez em quando algum Familiar precisava de transporte a' tardinha .
 Dai o reconhecimento pelos favores  recebidos e como uma mão lava a outra entrou logo em comunicação com o sr. Parreira
 Naquela noite o Sr. Parreira concerteza ate' encontrou Anjos da Guarda nos seus  sonhos lindos .
         
       Chegados a' terra e depois de os passageiros desembarcados foram amandados para  terra os sacos  com as roupas para carregarem uma pequena camioneta  e um táxi que nos esperavam ,sempre vigiados por três guardas fiscais e o Sr. Sargento que assistiram desde o atracar ate' a' descarga final.
       Já tinha pedido a alguém para me desamarrarem os cabos , quando o sr, sargento  que se encontrava no cais em direcção da janela da casa do leme me disse : Mestre Manuel ainda não desamarre os cabos
 eu preciso de fazer uma busca ao seu  barco, posso fazer-la ?
 Com toda a liberdade ,  e virando-me para o meu filho mais velho que por casualidade estava no barco, disse -lhe , vai buscar aquela machada que tu sabes aonde ela esta' e da' a esses senhores se eles precisarem , só peco que aquilo que for necessário partir que depois mandem arranjar .
Entretanto  um dos agentes da autoridade já tinha metido a cabeça  dentro do leito e porão outro já tinha espreitado para a casa da maquina e muito militarmente disseram não tem nada ilegal a bordo !!! ...
O senhor Sargento agradeceu -me desejando-nos um resto de boas tardes  .
       Nunca fiz qualquer conversa com o sr. Jose' J... acerca deste assunto as nossas conversas que ja' eram triviais  continuaram na mesma .

Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada   17 de Abril de 2013



             

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O meu Amigo Americano nas Berlengas


                                                                              
                                                                                           




                                                                                            Autor desconhecido ?
                                                                                     
                                                                                 O meu Americano
                                                                                Nas Ilhas das Berlengas

                                                
       Eram cerca da meia noite acordei sobressaltado com um bater forte na porta da minha casa .
Perguntei quem era e oiço uma voz conhecida que me dizia   : Sou o Jorge da Capitania quero falar consigo !
Ainda mais admirado fiquei e pensei logo que seria o meu barco que teria vindo de garra e que a noite já' não me ia calhar bem.
       Abri a porta e enquanto me acabava de vestir disse-lhe : entre 
Não posso entrar e o Sr. Manuel despache-se que tem que ir buscar a' Berlenga  um doente ! .
 Ainda mais admirado fiquei , e disse -lhe , pelo barulho do vento na chaminé', deve estar uma grande nortada ao que Jorge me respondeu .
Não e' nortada mas sim uma nordestada muito grande  e o Sr., Comandante pede-lhe para ir buscar um turista que esta' muito mal na Ilha .
Mas porque serei eu e não o salva vidas ou uma traineira a ir buscar o doente  ?
-Isso perguntei-lhe eu e o Sr. Comandante  Andrade e Silva  disse-me que o Sr.e' a pessoa indicada para fazer esta  missão  pelo seu conhecimento pessoal  das características do local.   O Sr. Doutor. Fortes já deve estar a' nossa  espera no cais .
 Eu disse ao Jorge que não podia ir sozinho pois a manobra na atracagem de noite e possivelmente  a forca que o mar   trazia era um trabalho arriscado e nada poderia falhar ou  daríamos , oportunidade a um naufrágio, perda do meu barco e possível vidas . . Era um cenário  sombrio  que não estava de boa vontade a encarar ., Vá  a casa do meu afilhado pedir-lhe para ele me acompanhar na viagem  , eu vou lá esperar por ele e  montando na minha bicicleta parti para a Ribeira .
    Quando cheguei a' Ribeira já' lá' estava esperando por mim o Sr. Doutor. Fortes , o qual vinha equipado com um grande saco mala para tentar fazer os possíveis tratamentos a' vitima  Fui buscar a minha Carina e ficamos esperando que o meu afilhado chegasse para partirmos .
O meu afilhado não aparecia e depois de estarmos a esperar mais de meia hora o Dr., Fortes já se estava a impacientar com a demora e dizia-me que o doente estava em perigo de vida e tínhamos que partir  para o tentarmos  salvar .
O tempo passava e o meu afilhado nem o Jorge apareciam e o Sr. Dr. Forte dizia-me ,vamos os dois pois eu posso ajudar  a mandar o cabo para terra pois alguém certamente estaria no cais para passar a volta ao cabo. 
Eu não sabia o porque de o meu afilhado ainda não ter chegado   e  mesmo o Jorge também não aparecia  e o Sr. Doutor sempre a pressionar a nossa partida.
     Pensei arriscar e partimos somente os dois, para a grande viagem , por mim esperada . Se o meu Deus quiser tudo correra' bem !!! pensei eu .
Ate ao Cabo tudo correu bem mas assim que passamos o Cabo apanhamos uma volta de mar que quando a minha Carina caiu no intervalo  da onda com uma pancada seca , fez a tampa da escotilha do leito  levantar -se  e ficar caída no convés .
 E o perigo começou  .  Com    o motor a  meia velocidade estive alguns minutos   encapelando as vagas alterosas, estive contando as pancadas do mar esperando por um raso que sempre havia e  com uma noite escura como breu , não se conseguia ver uma estrela , consegui rodar o barco sem sustos de maior a caminho de terra .
     Quando o Sr. doutor Fortes  viu que estávamos a voltar para trás disse-me: Nós temos que assistir ao doente !!
 Não fiz caso e quando chegamos ao remanso do Cabo pus o barco a' rola (2) e com um martelo e uns pregos grandes  preguei as escotilhas do leito e dos porões , dando mais segurança a' embarcação.
     O Sr. doutor  nesta ocasião vinha para sair da casa do leme e eu com um grito forte disse-lhe  que já lhe tinha dito que em nenhuma circunstancia abrisse a porta para sair sem eu lhe dizer .!!
As janelas todas da casa do leme estavam caídas para baixo e como de vez em quando a sorria- da altaneira entrava pela casa de leme o Doutor. Fortes já estava ensopado da cabeça aos pés .
      Fiz-me de novo ao mar rumo a' Ilha. O Doutor. Fortes perguntou - me quanto tempo demorávamos a chegar . Disse lhe que derivado a tempestade ainda levaríamos cerca de três quartos de hora pois íamos a meia forca .
Mais ou menos a' meia via a maré' estava já ao sul pois já não havia  tanta vaga alta e dei mais forca ao motor e cerca de pouco mais de meia hora estávamos a chegar ao cais .parei já' ao abrigo da ilha antes de entrar no carreiro e perante a impaciência  do .Doutor Fortes durante mais dez minutos observei o comportamento do mar de encontro ao cais .
      Em terra via-se alguém com uma lanterna  subindo e descendo as escadas   fugindo do mar .. a maré estava quase cheia o que facilitou a atracagem. numa manobra arriscada fiz -me de popa ao carreiro da Fortaleza   e três homens  que estavam no cais  puxaram uma tralha fina que estava amarrada ao cabo da retinida   que já ia preparada desde  terra para fazer a amarração.
     Como já tinha os cabos a medida a certa para usar todos os dias  facilitou a amarração e um homem que não cheguei a saber quem era  apesar de ter boas lâmpadas de iluminação a bordo  ao ver-me sozinho saltou para o barco e passou para a terra  o cabo da popa tornando  assim mais facilitada a acostagem
      De colete vestido contra sua vontade dei ordem para o Sr. Doutor. Fortes sair da casa do leme e  com a ajuda desse homem saltou lesto para o cais . O saco mala com os seus utensílios necessários para a emergência já tinham subido para terra .
Pedi aos homens que estavam em terra para um deles ficar no barco mas eles fizeram ouvidos moucos  e fiquei ao Deus dará'
       E ai' sim comecei a compreender o perigo que o meu barco e eu corríamos e foram mais de quatro horas ate a luz do dia , sem ninguém se aproximar do cais .
 Entretanto a forca do mar foi diminuindo e era já dia quando numa maca improvisada  apareceu o meu Amigo Americano e conseguiu entrar na minha Carina a caminho do Hospital .
Como o final 'e muito interessante espero que finalizem de ler esta historia humana em que mostrarei que a nossa condição humana como sempre , e’ muito fraca   .        Continua 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O meu Americano nas Ilhas das Berlengas

                                                                                                    Foto Raul Valdez

                                                                                             
                                            O meu Americano
                                                            nas Ilhas das Berlengas

                                                                                                   
            Numa das manhas de Agosto de 1962-63 tinha chegado ao cais da Fortaleza  para fazer  a descarga dos passageiros que vindos nessa manha de Lisboa mas oriundas de muitas cidades da Inglaterra todas as quartas feira chegavam a's Berlengas para usufruírem e descobrirem  os encantos das nossa ilhas numas poucas horas de permanência que eram consumidas ate' ao ultimo minuto do regresso a Peniche com uma avidez visível na satisfação dos seu rostos
          Nesse dia  Annett, a cicerone que acompanhava sempre as turistas nas suas viagens de ida e volta estava muito satisfeita com a viagem  pois como era de seu gosto , um mar de  vento de noroeste  e de maré' arrepiada ao Norte  fazia uma ondulação quase forte ate' ao remanso da Fortaleza  , situações essas que quase a faziam delirar com os seus gritinhos graciosos  dos seus dezoito anos  cheios de vida e podia-se dizer de formosura  também.
         Em contraste quase todas as senhoras - eram sempre senhoras quarentonas , nunca entre elas apareceu um elemento masculino - ao verem de vez em quando alguma surriada da agua  que lhe chegava com frequência  não se sentiam  muito confortáveis .
         Annett na sua língua transmitia-lhes  as informações  que já sabia de cor dadas por mim  e na  viagem de regresso ao continente  cantavam diversas canções  e ate se moviam sempre sentadas aos sons da musica que entoavam  algumas com uma voz  bem melodiosa  .
         O Sr. Parreira como sempre , atendia o desembarque ate' a' ultima pessoa e antes  de eu tirar a amarra de terra disse-me :
Manuel desculpe mas recebi uma chamada telefónica e tem de voltar para Peniche pois esta' a' sua espera um americano que se vem hospedar na Pousada e  se gostar será' por algumas semanas .
Ele  já tinha escrito todas as informações  necessárias para o contacto , entregou-me o papel e eu logo de seguida rumei para a  terra .


        Chegado a terra disse ao meu afilhado Saul ,  único tripulante que comigo andou sempre fazendo aquele  serviço , pois não era necessário mais alguém , que não desse o no' na amarração a' escada  pois eu subiria  e logo veria primeiro aonde seria mais confortável o Sr. Americano embarcar  .Dei uma vista de olhos abarcando toda a área abrangente ao cais  e a' primeira não vi  dos presentes próximos qual dele seria o celebre camone que teria de levar para a Ilha.   
Perto , no  cais    vi um guarda fiscal que me observando também não me disse nada e eu dirigi -me  a ele e perguntei-lhe
       Como conhecia muito bem  todos os guardas fiscais , marinheiros e cabos de mar em serviços na Capitania  ou  serviços  no Porto de Peniche pelo seu nome      , perguntei-lhe   se tinha dado fé' de algum estrangeiro  estranho por ai, e ele disse-me :
Olhe senhor Manuel tem andado por ai de facto um Sr. com o Cabo de Mar de serviço  e o José J...  que tem o barquinho  B... ,para trás e para diante mas agora não vejo um Sr. que andava ai com um carro grande que eu não sei bem a marca mas tinha um animal qualquer em cima do capou do carro, era ate muito lindo  .   
       Dai a poucos minutos vi aproximarem-se do cais o Sr. Cabo do Mar  com outro homem vestido com um fato a rigor e um pouco atrás  o Sr. José  J...que era o dono do barquinho que o Sr. Guarda Fiscal já me tinha dito  
Pensei que talvez fosse o Americano que eu teria de levar para a Pousada  e dirigindo-me ao Sr. Cabo de Mar disse-lhe   que andava a procurar um Americano que o Sr. . Parreira me tinha dito para o vir buscar para  Pousada  .
     Olhe Sr. . Manuel ,  o  José J...e' que o vai levar pois já esta' tudo combinado eu fui arranjar uma garagem para aquele Sr. deixar  ficar    o seu carro pois ele parece que vai ficar na pousada por algumas semanas  e aquele carro não pode ficar na rua , tem de estar bem guardado.
Pensando que deveria  dizer o que se estava a ao passar ao José J...  que o Sr. Parreira me tinha dito para vir buscar o Sr. americano e ele, Sr. Parreira  tinha-me de pagar a  viagem,,,  .
     Com uns modos nada agradáveis ele disse-me que quem  levava o Sr.  para as Berlengas era ele , e eu não fiz mais  nenhuma objecção , e voltei só para as Berlengas
 Assim que dobrei o Cabo Carvoeiro verifiquei que o vento de noroeste estava muito forte  e apesar da maré ir ao Sul   estava com um malhouco trapalhão que iria fazer que a viagem que apesar de não ser muito perigosa  daria para ficar de lembrança ao meu Camone .
 Porem não fui para o meu ancoradouro e só descansei quando comecei a ver o barquito do José J... -que era menos  de metade do tamanho do meu -.  a estar na mira dos meus binóculos de bordo 
Horas depois as minhas meninas apesar da nordestada ser grande fizeram uma magnifica viagem  cantando e rindo no embalar da minha garbosa Carina
 
                                                                          Continuação
                                                                   
                                                             As desditas minhas e do meu Americano                           

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O fogareiro de Petroleo



                                                                              



                                                                    Eu lembro-me
             
          Naquela noite de vendaval  tremendo que assolava Peniche o meu vizinho Cabeças  estava atarefado na preparação do  jantar da Família . Eu tinha chegado havia pouco e depois de dois dedos de conversa comecei a ajudar na preparação do jantar , peixe com batatas cozidas com duas cebolas .
Depois de tudo preparado o meu vizinho preparou-se para acender o fogareiro de petróleo e poucos minutos depois já a panela estava ao lume.
          O velhote fogareiro já' com umas centenas  de coseduras muito duplicadas tinha a pele do  " junce" -peca de coiro  afixada na ponta da haste do veio que num movimento de bombagem por compressão fazia  a entrada do ar e petróleo que se  volatilizava na cabeça  do fogareiro incendiada com um fósforo .
          E eu olhava entusiasmado  quando meu vizinho ao dar a’ bomba ao fogareiro este parecia um andarilho com as suas pernas desengonçadas  fazendo a panela dançar  e como o ar fugia constantemente  lá’ ia ele   bombar , ate’ que zás , trás catrapa’s  a panela  com uma perna deslocada  do fogareiro tombou para o chão de cimento da cozinha  , . Muito calmamente o meu vizinho Cabeças  começou a juntar as batatas e o peixe lavados com agua  para dentro da panela e com ajuda de dois tijolos 15 minutos depois já estávamos a comer um jantar que nunca mais esquecemos durante as nossas vidas .
Ele já não esta’ cá’ infelizmente  mas Eu Lembro -me do Fogareiro a Petróleo

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Portinho do Meio

                                                                                     


                                             Foto Carlos Tiago                               
                                                            

                                                             
                                                                     O meu Portinho do Meio

       
O reencontro com o meu Portinho do Meio nunca me foi muito desejado pelas  poucas boas recordações   que eu tinha com ele e as que tinha eram  somente minutos molhando os pés numa Prainha imunda  que apesar de perto de um areal imenso  aberto ao   mar de uma areia branca  prateada  que logo na  saida da embocadura  do Portinho do Meio  fazia a delicia dos poucos veraneantes que frequentavam na época a praia de Peniche ( 1941)
        Mais ao longe acerca de pouco mais de mil metros já defronte aos Medoes  Grandes , a já' elite de  Peniche  e os forasteiros que  nos visitavam montavam umas insípidas barracas e toldos que na ocasião se contavam pelos  dedos das mãos  e já fazendo a demarcação das classes  se deliciavam nas suas aguas    cristalinas , na imensidade  do areal que se avistava ate a’ Consolação .
        A praia dos Medoes  com uma inclinação suave  em que se entrava pelas aguas dentro  ate ao pescoço sem perdermos o pé’   , as Praia Norte de Peniche de Cima  e Baleal eram as praias mais lindas e seguras   de Portugal já’ nessa época,  e terra inspiradora de  escritores  ( Raul Brandão 1867 - 1930 )… e poetas  sendo nos dias de hoje a delicia dos nossos magníficos  fotógrafos. prata da casas e centenas de outros que nos visitam

      No Portinho do Meio nos dias das grandes pescarias  em que as já traineiras enchiam o pequeno porto de Peniche  varando  as areias  ate a’ porta da taverna do Capadinho , quando em maré de enchente as embarcações que chegando mais atrasadas  ao porto , tentavam fazer a sua descarga no Portinho do Meio.
 E era vê-las  sempre com o motor a trabalhar tentando passar a Ponta da Investida  para poderem tomar a melhor posição para  sempre forçando ,  num roncar de motores , acompanhar a maré de enchente  e assim facilitar a descarga do seu pescado .
      Com o constante trabalhar das hélices formavam –se grandes fundões  que era a arrelia dos pescadores que descarregando os cabazes com agua às vezes ate ao pescoço iam caindo nas suas covas  ficando submergidos ate conseguirem ganhar pé e poderem andar mais rápidos  no  vai e vem da sua descarga  .
 As tripulações das traineiras tinham uma regra  de rodagem entre si  dos serviços que de cada vez que traziam pescado  eram servidos  rotativamente pelos pescadores e assim haviam principalmente três  cargos definidos que eram seguidos a’ risca :
     Serviço nas cavernas  que designavam aqueles pescadores para apanharem o peixe no convés ou nos porões enchendo os cabazes para serem descarregados para fora do barco.
De seguida  eram os pescadores  “homens da agua “que recebiam os cabazes dentro da agua e levavam os cabazes do peixe  ate passarem os cabazes para os outros pescadores  já em seco que os levavam  ate aos armazéns destinados, cujos tinham comprado o peixe .
      Haviam também os “ homens das chapas   “ que tinham por missão receber por cada cabaz um chapa indicativa de modo diferente  de cada comprador  para assim saberem quantos cabazes tinham sido descarregados naquele definido armazém .
      Naquela época o pior trabalho na descarga do peixe  era  aquele em que os pescadores carregavam os cabazes dentro de agua e passavam aos  pescadores já em seco.
      Embora sendo um trabalho  rotativamente feito pelos pescadores muitos  falavam a outros homens  de terra e principalmente  das terras próximo que alguns ate faziam disso  modo de vida em complemento com algumas culturas  que faziam nas suas aldeias  .
Esses descarregadores eram pagos  pelo valor dos  carretos que os  pescadores em serviço de  “homem de agua” recebiam que   assim perdiam aqueles escudos que tanta falta lhes fazia mas entendiam que era melhor para a sua saúde não fazerem esse serviço dentro de agua .

    Nessa data eu tinha 12 anos de idade  e chegado de Lisboa ,era um homem feito já tinha quase 1,70 cm de  altura mas não tinha trabalho e fui fazer a descarga dos “homens de agua “ e senti com essa idade quanto de difícil e cruel era a descarga do peixe dentro de agua .
Numa  maneira geral a descarga do peixe em Peniche era feita de noite  ou logo de manhãzinha .
 Nas  noites ou nas manhas    frias  de  inverno era sempre com um frio cortante  que nos cortava a pele a’ saída da agua – sentíamo-nos  melhor   dentro de agua – mas quando saímos  da agua  para entregar os cabazes  corríamos   logo de volta para dentro da agua  se havia alguma demora na entrega dos cabazes ,
     E assim ate parte   dos meus treze anos de idade foi o trabalho que fiz  descarregando milhares de cabazes das mais diversas espécies  de peixe ou trabalhando no convés ou porões  das traineiras de Peniche  
Como medalha destes meus bons serviços  e durante os muitos anos que descarreguei peixe nas nossas traineiras ganhei um calo no ombro esquerdo  de cerca de 3X5 X3 cm de altura que ainda ate aos meus  60 anos de idade fazia parte da minha estrutura física  e que ainda hoje verificando minuciosamente se nota .
       E foi com a linda publicação no Blogue Cabo Carvoeiro do distinto fotografo Carlos Tiago que vendo aquelas covas me lembrei dos tempos passados mas e’ também com imensa  consternação  que verifico que todo o trabalho que tem sido feito na recuperação estética do Fosso das Muralhas  esta’ a ser inglório, pois por essas fotografias publicadas no Blogue , se vê o quanto de errado la foi construído ou reparado.
 Eu estava la  em Peniche  e assisti a’ apresentação do plano  descritivo e diversos  planos de execução ,com a devida pompa e circunstancia  e quando me foi possível  dar palavra fiz umas observações e ideias esquisitas que não caíram bem em alguns dos assistentes .Mais uma vez todos aqueles que me depreciaram infelizmente na ocasião podem confirmar  que eu estava vendo os problemas  como deviam ser vistos para bem de Peniche e de todos os executantes envolvidos no projecto  Talvez seja assunto para ventilar num futuro próximo pois como sempre  talvez ninguém  me vira contradizer .
 Ate sempre com os melhores cumprimentos  assino
Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada