Ainda se lembram da minha estorieta que escrevi quando fui de Peniche a Lisboa a pe' com os meus, menos de catorze anitos de idade quando fugia da vergonha de um moço grande que cheio de saúde tirava o trabalho a um deficiente que pouca saúde tinha para calcorrear as ruas da então Vila de Peniche? .
Sim , talvez breve num momento no meu actual tempo de ócio voltarei a contar uma pequena pagina da minha vida que nunca mais esqueci . ...
...... ... quase no final daquela tarde já ' para o lado do crespusculo depois de um dia de andarilhar encontrava'me, de baixo ao alto mirando , a configuracao na rua principal da aldeia de Ponte de Rol ainda a mais de cincoenta quilometros da meta da minha ja longa corrida cuja meta era Lisboa , Capital do meu querido Portugal
O riacho veslumbrava - se ao virar da rua a cerca de uns trezentos metros e eu perguntava a mim mesmo se deveria pernoitar ja' ao sul do rio , ou ao norte, ponto cardial que ja' entao me comandava aonde me encontrasse . Tirando calculos e medidas imaginarias procurava tentar saber qual o caminho que se podesse chegar a's casinhas terreas que la' no alto a mais de dez metros da base da estrada ,como autenticos miradores de menagem enchergavam a pequena mas riquissima planice que a caminho do sudoeste alimentava ja' ,de vegetais e seus derivados a cidade de Lisboa e seus arredores .
Finalmente descobri andando uns passos adiante, embutida profundamente na ravina que quase nao se notava da rua umas ingremes escadas que nos levavam ao topo das perfiladas habitacoes todas com o seu logradouro viradas para o nascente .
Com um pouco de esforco mais . cheguei ao alto e desde logo observando um local dentro da area dos pomares pensei que passaria ali melhor debaixo de uma arvore a noite mais perto do meu Deus .
Ajeitei uns torroes para alizar melhor a cama e metido dentro da saca de cem quilos com um cajado de meu pai junto de mim que me serviu de companhia para afuguentar algum possivel animal que me atacasse , preparei-me para dormir .
Alguns minutos depois e parecendo que dormia ao ouvir uma rastolhada levantei-me estramunhado e vejo na minha frente um corpo humano que me disse :
Nao tenhas medo ....
O que e' que fazes aqui ?
Aparentando uma grande calma consegui dizer-lhe :
Estou tentando passar a noite aqui para amanha chegar mais cedo a Lisboa que e' o meu destino .
_ Se quizeres entra para a minha casa .
Nao me fiz rogado e apanhando a saca e os parcos haveres segui-o, a' sua casa que ficava logo em frente.
Minutos passados ja ele sabia a minha historia toda bem contada e ja tinha comido um bom bocado de pao e uma posta de peixe frito que pelo sabor e espinhas pareceu-me ser cachucho .
A luz do candeeiro estava-se a apagar e ele encheu -o novamente e sentando-se na tosca mesa virando-se para mim disse :
Eu tenho que apanhar a camioneta da carreira para lisboa muito cedo , eu trabalho nos estaleiros , eu vou ler ainda um pouco o Jornal , se quizeres estendes a saca em cima do tapete e dormes aqui .
Olhando eu de revez consegui ler o titulo do jornal que era um titulo para mim muito interessante embora eu nunca tivesse ouvido falar de um jornal com aquele nome, o qual nunca jamais esqueci.
O titulo do Jornal era :
AVANTE
Embora cansado e com sono nao consegui adormecer e quando ele leu o jornal e se levantou , rasgando o jornal em pequenos pedacos depositou la' fora o Jornal dentro de um fogao de ferro que possivelmente servia para assar ou fazer a sua comida regou-o com petroleo e queimou- o ficando em cinzas com uma vassora pequena e uma pa' levou as cinzas e andando no campo fora quando apareceu a pa' estava vazia e limpa.
Achei tudo aquilo estranho e antes de abandonar a casa ainda fui verificar se via algum resquidio de papel . nao estava la nada !
Anos muito tarde ainda voltei a procurar conhecer aquele bom Samaritano .
Nao o consegui ,gostava de saber ao menos o seu nome !!!
Comunistas actuais ? nem so'
Desde Ha 28 anoa ate' agora que comunistas e zelozos que todos os anos nas procissoes da Nossa Senhora da Boa Viagem minha Padroeira levam o Palio nao teem coragem de acabar com uma telenovela que se tornou politica e imoral
Que o vosso senhor os imole em fogo pois com as vossas benezes nao chegam aos ceus !!!
Manuel Joaquim Leonardo 12 / 05 1929 -------- -----10 /03/2015
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