terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Minhas historias vividas nos Estados Unidos da America








As minhas historias vividas
nos Estados Unidos da América

Hoje tive conhecimento que um dos quatro estudantes universitários da Carolina do Norte ? que pela primeira vez - 1960 - furaram a segregação entre os pretos e brancos num café restaurante , tinha falecido.
Ele foi o iniciador daquela ideia que sendo bastante perigosa para os quatro jovens na altura , foi um inicio da morte de milhares de pessoas que ao longo dos anos continuaram a sofrer a iniquidade de tais medidas governamentais ,
Que descanse em Paz .

Na primeira viagem que fiz como tripulante do navio de bandeira canadiana no Canada ,de seu nome Lake Winnipege estavamos nos dias 27/ 30 do mês de Julho de 1967 não tenho a certeza do dia certo , em Detroit vindos das Sevens Island
Nova Scotia Canada carregados de ferro em granulado – pequenas pepitas de ferro que já iam preparados para a industria de fundição e produção de metais .
Detroit era nessa época o talvez maior porto metalúrgico americano e muito famoso pela sua produção na industria automobilística a qual , era quase produção exclusiva dessa Cidade
As cerca de quarenta mil toneladas de carga que levávamos , se tudo corresse bem ficariam descarregadas nos próximos cinco dias e eu já’ de fato inteiro ,vestido com era normal já estava desde o almoço preparado para a ordem de abandonar o navio e ir para a aventura .
Os meus companheiros da tripulação seguiam rotas diferentes ,já’ estavam fartos de visitarem a cidade , iam para as próximas cervejarias entreterem-se a matarem a sede com a fraca qualidade da cerveja servida em comparação com a nossa Sagres famosa em Portugal e em poucas partes do Mundo , mas o facto era que apanhavam cada piela que as vezes ate’ sem boné ficavam.
Porem para não causar ma’ vizinhança eu acompanhava-os aos seus lugares preferidos, sentava-me a’ mesa e pagava uma rodada para todos que estivessem na nossa companhia . e bebia , depois dava às de Vila Diogo e só’ nos encrontavamos outro dia , pois eu apesar de chegar sempre de dia ou lusco fusco ao navio só ia encontrar de pé’ a tripulação de serviço ao navio .
Naquele dia porem quando já vínhamos em debandada uns cerca de uma dúzia , correndo como ratos na escada do portaló’ vimos o comandante Bisonete estar a gritar e a dizer algo que ninguém conseguia compreender .
Já’ com todos nós de pés na doca consegui compreender algumas palavras em francês e assim verifiquei que se dirigia a mim pois nenhum dos meus camaradas sabiam falar francês .
Num navio normalmente com uma tripulação de quarenta e seis tripulantes , só’ eu o meu comandante e um jovem canadiano ,itálico sabíamos falar francês para nos entendermos !!!
Depois de me deixar tomar fôlego depois da subida do portaló disse-me :
Manuel desculpa mas eu tenho que te dizer e que compreendas bem :
Quando veres muito fumo mas mesmo muito fumo dentro da cidade não te aproximes , não vás para lá’ ,
Detroit dos finais dos anos sessenta , quando eu a conheci era uma cidade de muito fumo em qualquer lado .
Agradeci e indo já atrasado para recuperar o tempo perdido alonguei mais o passo.,

Uma hora andada e comecei a ver uma fogueirada de facto muito grande e foi com uma curiosidade maior que ao virar uma esquina comecei a ver quarteirões da casas queimadas !!!
Já não se via lavareda alguma so’ fumaça . comecei andando e contando os quarteiros de casas ardidas todas elas em correnteza no meu lado direito.

Eram doze quarteirões !!!!!

Não se viam carros de bombeiros ou policia !!!

Somente eu andando .,,.. sozinho ao lado dum cenário dantesco ….!!!

Lá’ mais em cima pareceu-me que numa tabuleta que dançava a’ brisa do vento se podia ler :


TAVERNA


Era de facto uma Taverna aproximei-me .
As portas pareciam fechadas , espreitei pressionando uma da grandes portas que lentamente se abriu e como estava com tanta sede cuidadosamente comecei a andar .
A porta entretanto tinha-se fechado .
A luz era pouca e comecei a ver mal , uma grande sala , quarenta por cem metros ?
Com um recinto ao meio da sala um circulo de cerca de quinze metros de diâmetro aonde sete ou oito pessoas pareciam que estavam especadas todas olhando para mim ?
Mais de duzentas pessoas ?.
Comecei a reparar que me pareciam todos pretos .
Dei os poucos passos que me faltavam para me encostar ao balcão e com calma comecei a falar o pouco e mau inglês que somente sabia :
“”Eu sou Português trabalho no barco canadiano Lake Winipege, uma cerveja por favor ……””
Um senhor empregado com cerca de dois metros e noventa a cem quilos de peso daqueles que estavam lá dentro do que depois compreendi que era o bar da cervejaria abriu uma cerveja e cuidadosamente chegou –a ao pé’ de mim .

Por habito bebo pouco mas não demoro muito a ingerir uma cerveja , de seguida pedi mais uma e rapidamente também a bebi
Tinha já na mão a nota de dez dólares que tinha tirado entretanto do bolso do casaco .
Pus em cima do balcão .
O mesmo senhor fazendo com a mão o sinal típico , que não ,e sinalizando também com a mão disse-me para eu me ir embora não aceitando o dinheiro !!!.......
Despedi-me com uma pequena vénia que rodando agradeci a todos .

O caminho do regresso ao meu navio pareceu-me mais curto e no outro dia logo de manha contei tudo com todos os pormenores o que se tinha passado ao meu companheiro Canadiano italiano que parvo de espanto me disse :
Que sorte tu tiveste em não te matarem lá’ Então tu não sabes que não devemos ir às cervejarias dos pretos ?

Já’ de viagem para o Norte uns dias depois o Meu Comandante Bisonet mandou-me chamar a’ ponte de comando e foi com surpresa que um senhor ,sempre bem educado que sempre me tratava bem e tenho ainda a máxima consideração por ele com uns olhos esbugalhados e baba a cair –lhe da boca disse -me

Eu não te avisei que aonde visses muito fumo não te aproximasses ?. Tu vês a responsabilidade que estava metido se eles te matassem lá’?.......

O meu jovem Amigo Francesco jurou por tudo que não tinha contado ao Sr., Comandante, sim que tinha contado a outra pessoa mas não me dizia o seu nome.

Eu ainda hoje acredito que ele não lhe tivesse dito
Ele mostrou sempre ser o melhor amigo Meu
equiparando – o eu com empate técnico com o meu Comandante Bisonet de tantas boas recordações

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