sexta-feira, 10 de outubro de 2014

nomes para que ?

                                     

                                                                   


                                                      Nomes para quê ?


                 
        Aqui há dias lembrei-me de um facto  vivido por mim no verão quente pós revolução .
Por casualidade encontrei-me entre dois fogos nessa para mim memorável noite .
  O largo do Rossio em Lisboa  era cenário de uma provável batalha campal .
Do lado da Estação do Rossio   estavam posicionadas as forcas do exercito   em que as suas baterias  se encontravam direccionadas na direcção da área da Praça da Figueira   .
No lado oposto do Largo do Rossio  estavam estacionados  diversos autocarros  que tinham transportado as já chamadas forcas de intervenção que estavam apeadas e prontas para evitarem que aquela autentica multidão das ruas circunvizinhas que se viam pulsar como vagas de enchente das marés de mar que quando em ciclos se espraiam nas praias esplendorosas ou nas falecias do nosso mar , ainda naquela altura  português   .
      O Largo do Rossio nessa memorável noite  era considerado por mim como a Terra de Ninguem pois faziam lembrar os poucos cenários documentados que nos eram dados ver das guerras de outrora  que quando tendencialmente paravam as suas batalhas  e numa conversa amena com as forcas inimigas  conversavam e fumavam em conjunto, não pensem que era  imaginação desse saudoso Raul Solnado  mas sim era a pura realidade ! .
      Pelas minhas contas deveriamos ser pouco mais de mil mirones que se espalhavam  fazendo conta que nada se estava a passar e passeavam vagarosamente olhando talvez atentamente  para a possível apatia dos nossos soldados enquanto no outro lado do Largo  as Forcas da Ordem carregavam sob a multidão que tentava invadir o Rossio  e que faziam recuar aquele mar de gente .
Certamente  as chefias  depois de tantas correrias  infrutíferas deram ordens para destroçarem e assim as forcas policiais  o mais rapidamente  possível se meteram nos autocarros  e começaram a debandada .  
        Os autocarros quando passavam junto ao pequeno túnel que faz a ligação  subterrânea para a Estação do Rossio  eram esperados  por uma serie de pequenas pedras do passeio que providencialmente estavam soltas . e eram arremessadas contra os autocarros que parecia um fogo cerrado  quando me pareceu que entre aquele barulho alguma arma de fogo tinha sido disparada e simultaneamente os mirones que divagavam no cento do Largo se a mandaram para o chão  e por milagre somente eu mantive a minha posição  vertical ........ !!!!.
         Soube no outro dia pela imprensa diária  que um homem que por casualidade tinha saído de casa para aviar uma receita para um seu filho doente , tinha sido atingido mortalmente .


Décadas depois  medito para mim próprio e lamento esta morte.
 Será que mereceu a pena ?
Quanta Injustiça ,numa causa que deveria ser para repor uma liberdade desejável , um querer que nos estava a ser roubado  .
O que temos presente ?
Falta de Justiça ,Honestidade  intelectual , profissional .
, miséria tanto moral como intelectual  em que cada vez se pode dizer   que há mais ladroes ,burlões e incapacitados mentais para gerirem um Pais que durante centenários foi  respeitado porque se fazia respeitar .e ao fim ao cabo se poderia dizer que era por nós amado.
    Saudosismo ?  Não , também muito passou e algo caiu em cima de mim , mas o que mais me custa hoje em dia é que a vigarice está institucionalizada . Antigamente éramos iletrados , hoje em dia camadas jovens levam muitos anos a aprenderem o que nem sequer deviam pensar em fazer e põem em seu lugar o despotismo  a falta de decoro num corpo que nada tem
Ha´, e então velhos que se dizem coxos ,cegos e marrecos que nunca aprenderam uma letra mas que um simples aperto de mão selavam a honestidade que havia em muitos de si.?
Tenho nojo de muita gente !!!!.
Manuel Joaquim Leonardo    12/05/29  ---   10/10/14
Peniche Vancouver Canada
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