Foto Raul Valdez
                                                                                              
O meu Americano
nas Ilhas das Berlengas
                                                                                                   
Numa das manhas de Agosto de 1962-63 tinha chegado ao cais da Fortaleza para fazer a descarga dos passageiros que vindos nessa manha de Lisboa mas oriundas de muitas cidades da Inglaterra todas as quartas feira chegavam a's Berlengas para usufruírem e descobrirem os encantos das nossa ilhas numas poucas horas de permanência que eram consumidas ate' ao ultimo minuto do regresso a Peniche com uma avidez visível na satisfação dos seu rostos
  
O meu Americano
nas Ilhas das Berlengas
Numa das manhas de Agosto de 1962-63 tinha chegado ao cais da Fortaleza para fazer a descarga dos passageiros que vindos nessa manha de Lisboa mas oriundas de muitas cidades da Inglaterra todas as quartas feira chegavam a's Berlengas para usufruírem e descobrirem os encantos das nossa ilhas numas poucas horas de permanência que eram consumidas ate' ao ultimo minuto do regresso a Peniche com uma avidez visível na satisfação dos seu rostos
          Nesse dia  Annett, a cicerone que acompanhava sempre as
turistas nas suas viagens de ida e volta estava muito satisfeita com a
viagem  pois como era de seu gosto , um
mar de  vento de noroeste  e de maré' arrepiada ao Norte  fazia uma ondulação quase forte ate' ao
remanso da Fortaleza  , situações essas
que quase a faziam delirar com os seus gritinhos graciosos  dos seus dezoito anos  cheios de vida e podia-se dizer de
formosura  também.
         Em contraste quase todas as senhoras -
eram sempre senhoras quarentonas , nunca entre elas apareceu um elemento
masculino - ao verem de vez em quando alguma surriada da agua  que lhe chegava com frequência  não se sentiam  muito confortáveis .
         Annett na sua língua
transmitia-lhes  as informações  que já sabia de cor dadas por mim  e na 
viagem de regresso ao continente 
cantavam diversas canções  e ate
se moviam sempre sentadas aos sons da musica que entoavam  algumas com uma voz  bem melodiosa  .
         O Sr. Parreira como sempre , atendia o
desembarque ate' a' ultima pessoa e antes 
de eu tirar a amarra de terra disse-me : 
Manuel
desculpe mas recebi uma chamada telefónica e tem de voltar para Peniche pois
esta' a' sua espera um americano que se vem hospedar na Pousada e  se gostar será' por algumas semanas .
Ele  já tinha escrito todas as informações  necessárias para o contacto , entregou-me o papel
e eu logo de seguida rumei para a  terra
. 
        Chegado a terra disse ao meu afilhado
Saul ,  único tripulante que comigo andou
sempre fazendo aquele  serviço , pois não
era necessário mais alguém , que não desse o no' na amarração a' escada  pois eu subiria  e logo veria primeiro aonde seria mais confortável
o Sr. Americano embarcar  .Dei uma vista
de olhos abarcando toda a área abrangente ao cais  e a' primeira não vi  dos presentes próximos qual dele seria o
celebre camone que teria de levar para a Ilha.    
Perto ,
no  cais    vi um guarda fiscal que me observando
também não me disse nada e eu dirigi -me 
a ele e perguntei-lhe 
       Como conhecia muito bem  todos os guardas fiscais , marinheiros e
cabos de mar em serviços na Capitania  ou
 serviços  no Porto de Peniche pelo seu nome      , perguntei-lhe   se tinha dado fé' de algum estrangeiro  estranho por ai, e ele disse-me :
Olhe
senhor Manuel tem andado por ai de facto um Sr. com o Cabo de Mar de serviço  e o José J... 
que tem o barquinho  B... ,para trás
e para diante mas agora não vejo um Sr. que andava ai com um carro grande que
eu não sei bem a marca mas tinha um animal qualquer em cima do capou do carro,
era ate muito lindo  .    
       Dai a poucos minutos vi aproximarem-se
do cais o Sr. Cabo do Mar  com outro
homem vestido com um fato a rigor e um pouco atrás  o Sr. José 
J...que era o dono do barquinho que o Sr. Guarda Fiscal já me tinha
dito   
Pensei
que talvez fosse o Americano que eu teria de levar para a Pousada  e dirigindo-me ao Sr. Cabo de Mar disse-lhe   que andava a procurar um Americano que o Sr.
. Parreira me tinha dito para o vir buscar para 
Pousada  .
     Olhe Sr. . Manuel ,  o  José
J...e' que o vai levar pois já esta' tudo combinado eu fui arranjar uma garagem
para aquele Sr. deixar  ficar    o seu
carro pois ele parece que vai ficar na pousada por algumas semanas  e aquele carro não pode ficar na rua , tem de
estar bem guardado.
Pensando
que deveria  dizer o que se estava a ao
passar ao José J...  que o Sr. Parreira
me tinha dito para vir buscar o Sr. americano e ele, Sr. Parreira  tinha-me de pagar a  viagem,,, 
.
     Com uns modos nada agradáveis ele disse-me
que quem  levava o Sr.  para as Berlengas era ele , e eu não fiz
mais  nenhuma objecção , e voltei só para
as Berlengas
 Assim que dobrei o Cabo Carvoeiro verifiquei
que o vento de noroeste estava muito forte 
e apesar da maré ir ao Sul  
estava com um malhouco trapalhão que iria fazer que a viagem que apesar
de não ser muito perigosa  daria para
ficar de lembrança ao meu Camone .
 Porem não fui para o meu ancoradouro e só descansei
quando comecei a ver o barquito do José J... -que era menos  de metade do tamanho do meu -.  a estar na mira dos meus binóculos de
bordo  
Horas
depois as minhas meninas apesar da nordestada ser grande fizeram uma magnifica
viagem  cantando e rindo no embalar da
minha garbosa Carina
                                                
                         Continuação
                                                            
As desditas minhas e do meu Americano                           
 

 
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